3.6.05

A história _ capítulo I

Os livros, a palavra escrita, as histórias, as personagens, são sempre verdadeiras, mesmo que não o sejam. Tornam-se verdadeiras assim que alguém as cria. Hoje vou ser a criadora de 2 personagens: o Ado e a Eda.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Tudo começou com um erro. Não daqueles erros que acontecem sem querer, não era uma coincidência, não tinha de não acontecer.. Não... Foi uma forma que alguém, ou uma força superior encontrou para nos apresentar... e nos conhecemos...
A distância física possibilitou que nos encontrassemos e nos conhecessemos num registo menos normal, num registo em que a verdade não é soberana, em que o absoluto se torna relativo, em que os sentimentos podem não estar à flor da pele... é o poder da tecnologia que nos permitiu manter durante mais de meio ano um contacto informal, um à vontade não antes conseguido com a presença física, uma cumplicidade característica de dois seres desconhecidos, conhecendo-se apenas através das palavras, através da confiança depositada nas brincadeiras trocadas... Sendo ou não aquilo que dizíamos ser, íamos sendo aquilo que conseguindo descobrir. Não podia ser o que queriam que fosse, não podia dar o que queriam que desse, não podia dizer o que queria que dissessem... mas era eu que me ia apaixonando por estes momentos de loucura psicológica, de troca de reacções à distância. Era eu que queria estar lá, ou aqui, mas ...!
Foi assim durante meio ano!
Uma época especial se aproximava e isso significava que o encontro prometido em tantas conversas ia acontecer e o confronto das palavras iam tomar corpo numa presença física entre nós.
Foi estranho o momento, o comportamento não correspondia a dois seres estranhos que nunca antes se viram, mas sim, a duas pessoas que se conheciam e partilhavam o tempo há muito tempo, daí reacções inesperadas e insólitas que aconteceram... a noite acabou e o momento também. A distância voltara a separar-nos e as conversas encurtavam-se cada vez mais. Cada um tinha seguido o seu caminho tendo sempre a necessidade de estar, nem que por momentos, com o outro.
O tempo passou! Passou!
Mas algo ficou ... nem que fosse somente o recordar de noites longas de loucura virtual.
Um dia...