4.6.05

A história _ capítulo II

Ado e Eda encontraram-se mais vezes...
A vontade de estarem perto um do outro intensificava-se a cada momento que passavam juntos. As noites longas de conversas eram passadas com brincadeiras à mistura e os momentos mais sérios eram sentidos com muita intensidade e timidez, próprio de quem não pretende magoar o outro.
Eram felizes só por estarem juntos e partilharem no intervalo de um trago de cerveja, os seus pensamentos.
Lembro-me de Eda me contar uma vez que até dos interesses políticos eles partilhavam da mesma opinião. Era fantástica aberta, sincera, sem preconceitos nem "máscaras" a relação que construíram.
Intensificavam-se cada vez mais os momentos, era incontrolável o desejo de estarem juntos de uma nova forma, mais espiritual do que o próprio espírito... complicado de entender mais fácil sentir...
Já tinham feito amor inúmeras vezes, mas somente através do pensamento. Não era impossível este exercício, era frequente... mas o corpo reclamava por algo mais... algo ainda mais espiritual...que eleva as mentes para uma frequência e amplitude maior... que faz quebrar o gelo sem o mínimo toque e que aquece um bule de chá com o ruído do grito de prazer proclamado... era assim que ambos o desejavam.
Foi assim que aconteceu!
O sabor doce do momento ficou amargado pelo toque impetuoso do telemóvel de Ado. Era da empresa. Tinha de viajar no dia seguinte para tratar de "problemas surgidos numa das empresas na Alemanha". Foi assim que Ado se despediu de Eda que ainda atordoada com o momento que há 10minutos tinha passado, sem proferir nenhuma palavra, deixou partir o ser com que tantas vezes havia estado.
Ado viajou...
Eva ficou e ainda atordoada veio ter comigo contando-me o quão desejosa estava de receber noticias alemãs. "Ich habe Sehnsucht nach dich" era o que esperava ouvir do outro lado da linha, mas nem isso nem outra coisa.. Ado passou 3 meses sem dar notícias...
Até que um dia...